panorâmicas

panorâmicas
a evolução do homem

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

futebol, dunga e cala a boca galvão

adoro assistir ao futebol; conheço algumas regras; mas não entendo bem sobre administração e narração de futebol. se bem que, nos últimos meses, sobre administração tenho aprendido um bocado, e sobre narração, tenho me irritado outro tanto também. primeiro porque, atletas que jogam em clubes internacionais com contratos milionários e de tantos anos, tem o que a perder se fizerem uma apresentação ruim (se não dizer miserável) na seleção brasileira? porque, se afinal, ganham tão bem lá fora, que menor diferença faz, a atuação aqui dentro? fazem poses de estrelas raras, chegam a não olhar para os fãs que implacáveis, ficam ansiosos a postos à frente do hotel, têm dificuldade pra ler o jogo (se nem ler sabem direito), e ainda, acham que a culpa é só do professor? aí vem ele, coitado, dunga, um ex-mediano-jogador eleito a técnico, que é vaiado e criticado em todo jogo, é exposto e desmoralizado por nove entre dez brasileiros, chamado de burro e comparado a uma vaca, e mesmo assim, consegue se manter a frente do time que diz que treina. ou é um pobre coitado que não percebe a hostilidade geral da nação, ou é bem pago pra fingir que não vê nada (encobrindo a desgraça moral da nossa cbf). hostilidade sim, porque até galvão bueno, um ferrenho e incansável e exagerado torcedor já o criticou. e por falar no narrador, fora todas as vezes que já, dentro do meu modesto espaço gritei, cala a boca galvão, mais uma vez chegou a vez de calar-se. contra o chile, robinho ao gritar, 'bora, bora, bora', conseguiu extrair do cérebro genial de galvão, aplausos e elogios, de motivação e dedicação à seleção. repetindo durante o jogo o tal do 'bora, bora, bora' como um mantra ao qual ele atribuiu o espetáculo do domingo. estimulou a crença (por parte dos jogadores, claro) que o mesmo trio de palavrinhas seria o amuleto da sorte necessário para mais um jogo sensacio-mal. porque sim, ao fim do hino, como se não bastasse aquele que só sabe driblar, mas todos os outros, em uníssono faziam vezes ao grito de guerra. como se um 'bom bora' fizesse 'boa bola'. raça virou coisa do passado: basta agora uma figa, um trevo e um talismã. mas na idéia do nosso narrador, isso mereceu um comentário positivista, que nos levou ao belo resultado pessimista. como acabei de escutar no jornal, 'os ingressos, caros, fizeram torcedores ficar em casa, e estes, talvez tenham acertado nem ir'... acertado??? em que época da história do nosso futebol, um carioca, um brasileiro, um torcedor, um canarinho economizou trinta reais e não foi ver a nossa seleção? a isso só há um verbete no bom e claro português: decepção. chega, tá na hora de mudar o grito, 'bora, bora, bora, tá na hora de ir embora, bora, dunga, bora galvão, bora ronaldinho e muda seleção'.

(maria fernanda)

Nenhum comentário: