já dizia chico, 'tem dias que a gente sente como quem partiu ou morreu'. a gente chega em casa antes do horário normal, achando que vai produzir horrores, e quando olha, não fez nada, não produziu nada, e já está na hora habitual de chegar. a gente nem bem chegou e o tempo partiu. e nesse mesmo dia de horas vazias com resoluções vazias, e nada acontece, como se a gente nem fizesse mais tanta diferença assim na vida, como mesmo quem morreu. são nessas horas que a gente se dá conta da nossa insignificante presença. o dia transcorre sem mais emoções e sem problemas, e você podia ter ficado deitado em casa o tempo todo que nada ia mudar. o telefone não toca, a vizinha não chama, a fome não vem. sua ausência é presente no começo, mas depois, a vida progride sem delongas. tem dias que a gente sente como quem viveu sem viver. como quem boceja sem ter sono. e nesses dias, a gente aprende a se aproveitar mais. porque aprende que partir ou morrer depende de nós, depende da importância que damos a nós mesmos.
(maria fernanda)
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
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