panorâmicas

panorâmicas
a evolução do homem

sábado, 26 de abril de 2008

um só coração sozinho

ando tão inundada de sentimento.
tão afogada de angústias.
tão cheia de questionamentos.

que estive prestes a transbordar.
tanta dor.
tanta lágrima.
tanta ansiedade.

dentro de um coração sozinho.
dentro de um só coração.

e a toda volta, pra onde olho.

vejo mais ainda sentimento.
mais angústia.
me questiono ainda mais.

que estive prestes a perguntar.
pra que tanta dor.
pra que tanta lágrima.
pra que tanta ansiedade.

dentro de um coração sozinho.
dentro de um só coração.

(maria fernanda)

sábado, 19 de abril de 2008

bu

achei que tinha te enterrado bem fundo.
coberto com gente nova.
outras fotos, outras músicas.
novas propostas.
achei que tinha te enterrado bem fundo.
longe dos meus planos.
perto do meu passado.
ali, num tempo atrás.
achei que tinha te enterrado bem fundo.
mas você ressurgiu nos sonhos
e dos sonhos nas conversas.
nos encontros ao acaso.
achei que tinha te enterrado bem fundo.
mas descobri que quanto mais fundo.
quanto mais longe eu te quis.
mais força eu fiz pra te trazer de volta.

(maria fernanda)

sexta-feira, 18 de abril de 2008

insônia

longa madrugada.
de tão longa, lenta.
de tão lenta, pára.
para em si.
parar em mim.

doce sonho.
de tão doce, fácil.
de tão fácil, raro.
para em si.
viver em mim.

(maria fernanda)

sexta-feira, 11 de abril de 2008

afffffff

pense numa saudade.

saudade

estou longe.
tão longe.
de você tão perto.
tão mais perto.
e dentro.
lá dentro.
torna o tempo.
tão longo.
longo.
e tão vasto.
o espaço.
é largo.
o abraço.
forte e quente.
é o beijo.
e doce.
tão doce.
há lembrança.
e saudade.
que grande.
tão grande.


(maria fernanda)

quinta-feira, 10 de abril de 2008

sábado, 5 de abril de 2008

é o fim?

quem era um dia foi
quem foi um dia ficou
e quem ficou, talvez
mereceu,
mas quem foi,
um dia também era
e fim


(maria fernanda)

preencher

tinha um espaço redondo
tentei preencher com um triângulo
aproveitei um círculo,
outro quadrado
usei uns losangos
sobrou ao fim,
um espaço redondo
várias formas,
infinitas maneiras
e nenhuma solução

(maria fernanda)

tão simples assim

dizem que a gente ama quem a gente ama, ama.
não é tão simples assim.
dizem que a gente se acostuma com o convívio.
não é tão simples assim.
dizem que a gente aprende a entender.
não é tão simples assim.
dizem que a gente tolera o que precisa.
não é tão simples assim.
dizem que a gente se habitua com a rotina.
não é tão simples assim.

mas eu te amo.
mas eu convivo com você.
mas eu te entendo.
mas eu te preciso.
mas eu me habituei.

porque é tão simples assim

(maria fernanda)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

lágrimas

e brotaram.
brotaram imensas,
e não houve como impedir,
surgiram às margens,
inundaram as bordas.

e transbordaram.
transbordaram emocionadas,
doloridas da luta,
surpresas dos fatos,
das longas partidas.

e escorreram.
escorreram amargas,
salgadas no tato,
frias no gosto,
ásperas aos olhos.

e gotejaram.
gotejaram sozinhas,
únicas,
reféns da dor,
sobreviventes da esperança.

e eram.
foram-se as lágrimas.


(maria fernanda)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

nada a declarar

recentemente tenho tido a tendência de começar a escrever sempre com a mesma frase...: ‘tem dias que...”. andei pensando sobre isso. do porquê dessa referência a determinados dias da minha vida. a algum dia em especial, seja ele positivamente bom ou pior, negativamente ruim. geralmente quando começo assim, algum fato aconteceu em particular que me fez querer colocar aquilo em palavras. tenho percebido também que na maior parte das vezes, parece que a minha insatisfação com o dia é maior que o saldo positivo. em sua grande parte, os textos vêm carregados de críticas. em demasia, há um certo descontentamento com o ser humano, com os fatos do dia-a-dia, com a rotina. não contente, reparei que há sempre um queixume pessoal, uma depressão disfarçada. o fato é que hoje é um dia desses, em que não consigo começar a pensar em escrever sem ser assim, sem dizer que ‘tem dias que a gente está meio assim, sei lá, como hoje’... tem dias que a vida perde sua grandiosidade, as novidades são sempre as mesmas, não há muito entusiasmo nem pra respirar, o céu tem uma cor enjoada, o verso não tem nem graça. só posso fazer concluir que tem dias que são assim mesmo e eu não posso fazer nada. tem dias que percebemos que tudo vai ser igual de novo, e que nos resta esperar de tocaia, o novo dia chegar. sem nada de especial a declarar. e sem nada especial a esperar.

(maria fernanda)

terça-feira, 1 de abril de 2008

casa de mainha

teu cheiro de carinhar
tuas mãos a me afagar
teu colo de descansar

saio de tua casa
e sempre que volto
sua casa ainda é minha

teus cabelos ao soltar
teus pés ao deslizar
em meu coração pousar

entro em tua casa
e sempre que saio
ainda tenho vontade de voltar

(maria fernanda)

pra myatia

toda vez que eu entro aqui,
eu vejo a letra da nossa música.
toda vez que eu vejo a canção,
eu cantarolo dentro da minha cabeça.
toda vez que a canto,
sinto meu coração apertar.
porque ele se sente vazio sem você.
porque ele não consegue mais viver dentro de mim.
longe de você.
e todo meu amor é seu,
todo seu!


(maria fernanda)

duvideodó, duvideo há

não sabia o que te incomodava.
não me importava não te ver.
não te via sem te encontrar.
não te encontrava sem querer.

mas te quis sem pensar.
porque te escolhi sem te precisar.

hoje não sei mais só te pensar.
te preciso sem querer.
te vejo até sem te encontrar.
porque me importas até me incomodar.

(maria fernanda)