te adorei mais que à própria vida;
desejei teu corpo como à liberdade;
sonhei-te como um vício;
planejei-te com doçura.
desprendi de mim qualquer possibilidade de um dia voltar a ser o que fui.
tu inovaste minha vida como quem dá cor a uma tela
e preencheste de luz o antigo vazio da minha alma.
rude e realista trouxe-me o hoje à mente,
a completa cruel certeza da incerteza,
a fragilidade dos sentimentos,
a dor invisível do fracasso.
tão rapidamente entraste e saíste: levaste contigo toda esperança.
deixaste-me só,
sem liberdade,
sem vício,
sem doce,
sem cor,
sem luz.
(maria fernanda)